Moralismo de ocasião

Tamos de volta.

Passada a tortura das mesmas matérias nos últimos cinco dias - Vai Vai, Beija Flor, trios em Salvador e frevo em Recife-Olinda, a bola da vez da mídia, massacrando o noticiário, é o tal escândalo dos cartões corporativos.

A todo momento a descoberta de um "escandaloso" gasto do governo, e a oposição - claro - já fala em abrir mais uma CPI.

Longe de mim aprovar bandalheira de gastos, de jeito nenhum. Que se apure cada um, e os culpados sejam punidos - sem dó.

O que me espanta é, de novo, é essa onda de moralismo de uma hora pra outra. Assim como em ocasiões recentes (mensalão, por exemplo), parece que antes era tudo muito honesto. Juro que não vi nada parecido em termos de apuração e cobranças no governo FHC, onde tais gastos eram comprovadamente maiores e a transparência muito menor, já que com o cartão "corporativo" atual são emitidas faturas - como num cartão de crédito, justamente para permitir maior fiscalização.

Isso, sinceramente, me incomoda mais que a farra em si.

Tava demorando, depois do fracasso da tentativa de instalar o pânico com uma possível epidemia de febre amarela.

Agora, agüentem as manchetes.