30 abril 2006

Elomar em minha casa!

Tive muita dô di num tê nada
pensano qui êsse mundo é tud'tê
mais só dispois di pená pelas istrada
beleza na pobreza é qui vim vê
vim vê na procissão u Lôvado-seja
i o malassombro das casa abandonada
côro di cego nas porta das igreja
i o êrmo da solidão das istrada
(trecho de "Violeiro", autoria Elomar Figueira Mello)
Realmente, uma semana das mais intensas. Nem bem me recuperei de uma grande emoção, me deparo com outro momento indelével.

Após o show (quero dizer, concerto) de ontem, arrisquei o convite: "amanhã, o almoço será na minha casa, hein?!".

Já esperando o "não", veio o "sim". O mestre me deu essa honra. E encheu minha casa de poesia; de óperas, de árias; de donzelas e cavaleiros da caatinga; de latim, de citações filosóficas; de anjos severos e demônios insistentes. De tiradas bem-humoradas e de previsões preocupantes, sobre o homem e seu planeta, sobre cibernética e robótica.

Foi embora para a segunda noite no Sesc - com ingressos esgotados desde sexta. E me obrigou a voltar para a dura realidade urbanóide, onde donzelas são apenas mulheres e cavaleiros são apenas homens.

2 comentários:

mni disse...

oi!

Anônimo disse...

Zé,

Entrei no google e pesquisei "elomar sesc anchieta". Fiz isso para procurar uma crítica ou alguma nota sobre o show, daí encontrei seu blog.

Sem palavras para definir minha noite de sábado naquele teatro, nunca vi pessoalmente um ser com uma carga tão grande de dignidade, sensibilidade, musicalidade, humildade... Que maravilha de pessoa é o elomar, né?


Bom encontrá-lo, retornarei mais vezes ao seu blog.

Abraços,
André Belizario