13 dezembro 2006

Noel e o Villaggio

Ontem o Villaggio ferveu com a apresentação do compositor Guilherme Meyer acompanhado do excelente grupo Niguim, em homenagem ao 96º aniversário do imortal Noel Rosa.

Tava bom demais: ótimos músicos, casa lotada, o maior astral.

Na platéia, o Fábio, músico e um dos leitores deste blog, que em outras oportunidades também homenageou o "Poeta da Vila" no bar. Fábio me cobrou um post sobre Noel e o Villaggio, que havia prometido escrever. Então, vamos lá:

Quando o grupo Choro, Seresta & Cia. era o rei das tardes de domingo, lá pelos idos de 1994 (assunto já registrado aqui), sua cantora Ione Papas era uma verdadeira "superstar" quando pegava o microfone e mandava ver em sambas novos e antigos. Sua especialidade, no entanto, era Noel. Pesquisadora do tema, já tinha ganho até programa de televisão falando dele.

De tanto ouvirmos Noel, acabamos nos apaixonando pela sua vida e obra. Como, na época, a casa passava por reformas incluindo a construção do palco, pensamos em instituir um "patrono" para o Villaggio, assim como o lendário bar Vou Vivendo tinha o Pixinguinha. Não deu outra: o escolhido foi Noel Rosa.

O grande jornalista Sérgio Cabral (se não me engano) já disse: "Noel pode não ter sido o maior compositor brasileiro, mas certamente foi o mais importante". A gente concorda. Seu espírito boêmio, seu grande talento e inteligência, seu amor pelas pessoas, seu humor ferino, sua entrega à vida e à morte, tudo isso nos deu grande motivação pra que ele fosse nosso homenageado maior dentro da MPB.

Ajudados pela Ione, ampliamos uma foto rara que ela tinha e aplicamos na parede, ao lado do palco. No dia 19 de agosto de 1995, fizemos o evento de inauguração do "Painel Noel", com direito a show com suas músicas, discurso de descerramento da cortina e até manuscritos originais que Ione tinha ganho da viúva do homem. Chique no último.

Eu a Rô nos vestimos (ou tentamos nos vestir...) com roupas de época. Foi muito legal tudo, uma grande festa.Desde então, Noel Rosa está lá, ao lado dos artistas, observando e - porque não? - os protegendo, e protegendo o Villaggio Café.

Obrigado, mestre Noel, por esses 12 anos de convivência. "Tamo junto", compadre!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma vez, valeu Zé !

Com certeza o Noel observa e protege a todos que frequentam e tocam no Villaggio !
Realmente é uma figura iluminada !

Abraço,

Fábio