Hoje é o Dia do Solteiro. Alguém sabia? Pois é, acabei de ver no UOL uma entrevista da psicóloga Rosely Sayão - de quem gosto muito -, onde ela finaliza dizendo que - ao contrário da letra do Vinícius - é possível, sim, ser feliz sozinho. No caso, sozinho no sentido de não dividir a mesma casa afetivamente, amorosamente, enfim, não ter um relacionamento estável, já que mesmo os solteiros se relacionam com um bando de gente: pais, filhos, amigos, colegas.
O que posso dizer, como solteiro, é que, pra variar, tudo é relativo. Tem solteiro que vive feliz; tem casado cuja vida é o inferno - e vice-versa. Felicidade é resultado de uma série de conquistas, de momentos, nem sempre relacionados a relacionamentos amorosos.
Olho à minha volta e vejo DEZENAS de amigos (as) solteiros (as), que vivem só e muitos nem namorado (a) têm. De várias idades, condição social, profissão; de várias cidades, estados, países. Alguns são felizes assim; outros, nem tanto, vivem em busca da cara-metade.
Na outra ponta, vários casais. Alguns conseguiram chegar num equilíbrio, superaram suas diferenças, se amam de verdade e dividem seu espaço e suas coisas muito bem. Dá gosto de ver, mas são poucos. Outros apenas vão levando, em prol dos rebentos, ou - em certos casos - por comodismo, insegurança financeira ou, pasmem, até por medo de ficar doentes e não ter quem cuidar de si...É, tá cheio desses casos: "casais-enfermeiros", rs.
O fato é que o mundo muda a cada dia. Hoje existem tantas opções de lazer, entretenimento, esporte, diversão, e a correria pela sobrevivência é tão grande, que muitos nem têm tempo de se sentir sós. A tecnologia - com seus celulares, MSNs, e-mails e afins aproxima as pessoas, diminui a sensação de solidão. E isso "desobriga" muita gente de ter que se casar só pra não ter que falar com as paredes.
Enfim, cada um é cada um. Acredito que, no final do filme, as pessoas fazem o que realmente desejam. É aquela tal história de priorizar: se seu sonho é viajar, volta-e-meia você pisa na Europa ou na África; se sonha com carros, todo ano parte prum zero; se a meta é casar e constituir família, vai acabar debaixo de mesmo teto com a dona Maria a as crianças.
Eu, particularmente vivo bem, só. Pelo menos, me sinto bem. Algumas vezes namorando, outras não - fazer o quê?... Deus me deu um lindo filho, que acaba nem tendo toda a atenção que deveria ter, mas que ocupa minha mente a todo instante. Ele me proporciona uma felicidade indescritível, sempre.
Também sou feliz quando realizo um bom projeto, quando tomo minha cerveja sossegado, quando durmo oito horas seguidas, quando desfruto de um bom papo, quando mergulho nas águas de São Sebastião ou olho para o seu céu, quando faço uma comida no fogão a lenha com minha (grande) família, quando ouço uma música que me emociona, quando vejo um bom filme, quando vejo justiça sendo feita, quando revejo velhas fotos e viajo nas minhas recordações de infância e juventude. E quando namoro - of course!
Ou seja, não consigo aceitar a "sentença" de que minha felicidade deva depender de uma outra pessoa.
Solidão? Sinto menos do que possa parecer. Até por estar toda noite num bar, tenho menos privacidade do que gostaria. Por vezes rezo pra conseguir ficar quieto no meu canto: pensando nas minhas coisas, trabalhando com o que gosto, tendo idéias e buscando maneiras de executá-las. Talvez por isso esteja solteiro até agora.
Companhia? Faz falta, claro. Às vezes (oops, brincadeira...).
O futuro? Esse, ningúem pode prever. Quem sabe, um dia, ainda subo ao altar? Nunca é tarde. Como disse o poeta: "são demais os perigos dessa vida".
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Um comentário:
oi Zé... a coisa anda bem por aí mesmo: sozinho [+](eventual) é diferente de solitário [-](sempre) e a felicidade não está necessariamente no outro (se for atrelado, então... argh!). Uma observação: tem muita gente que coabita e, ainda assim, só fala com as paredes :-! Eu moro só e converso um monte com minhas cachorras (acredite: elas sempre interagem ;-)))
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