11 setembro 2007

Em São José dos Campos

Graças a mais uma dessas peças que a vida nos prega, permaneci vários dias da semana passada na vizinha São José dos Campos, onde meu irmão mora com a família.

Não cabe aqui discorrer sobre o motivo, basta dizer que minha presença se fez necessária por lá e ainda deve se fazer por mais alguns dias. Mas a previsão é de um final feliz, se Deus quiser. E Ele há de querer.

O fato é que, estando lá, e com algum tempo livre, tive a oportunidade de relembrar alguns momentos marcantes da minha vida, já que São José foi minha primeira "metrópole". Distante cerca de 100 km de São Sebastião, foi lá que morei pela primeira vez fora de casa, no longínquo ano de 1981, mais precisamente de fevereiro a junho. Concluído o 2º grau no litoral, a opção mais viável para fazer cursinho pré-vestibular era na chamada "Capital do Vale".

E assim se sucedeu. Morando em pensões para estudantes, lá fui eu fazer o Anglo, uma experiência, em princípio, fascinante para um rapaz de 17 anos acostumado ao dia-a-dia de cidade pequena, a olhar o mar diariamente e ver sempre as mesmas pessoas.

São José, no entanto, era - e ainda é, como pude confirmar - uma cidade peculiar. Com situação geográfica privilegiada, fica no meio do caminho de tudo, entre São Paulo e o litoral norte, entre São Paulo e Rio de Janeiro, pertinho de Campos do Jordão e da divisa com Minas, às margens da Dutra. Essa localização, mais as grandes multinacionais, CTA, Embraer, INPE, etc., que empregam milhares de forasteiros, ao tempo em que movem uma imensa mola industrial do País, cobram o preço de deixar a cidade um tanto quanto impessoal, como se a modernidade impedisse um dia-a-dia mais caloroso, mais humano. É boa porque é bonita, limpa, com ótima infra-estrutura e - repito - perto de tudo. Mas, parece que falta algo, um viés mais cultural, mais orgânico. Claro que é uma impressão particular, certamente muitos de lá discordarão, mas bastaram algumas voltas, em dois ou três dias, para eu ter essa novamente essa sensação. Enfim, idiossincrasias; cada cidade tem seus prós e contras, e a gente nunca está satisfeito com nada. Eu mesmo já pensei em mudar daqui de São Paulo, várias vezes.

O que vale é que São José dos Campos é, sem dúvida, uma cidade importantíssima sob vários aspectos, que recebe a todos com "coração de mãe". Eu que o diga - e sou muito agradecido a ela.
Desta feita, me chamaram a atenção suas novas grandes avenidas e o imponente anel viário. Belas obras; tudo muito funcional, e o trânsito flui que é uma beleza.
Hoje em dia, volta-e-meia, baixo por lá. Seja pra visitar meu irmão, seja pra buscar meu filho - que, vez em quando, passa uns dias com a meia-irmã mais velha (se mudou pra lá há alguns anos, acompanhando o marido, contratado pela Johnson's).

Esta semana, retornarei por mais alguns dias. E tome Túnel do Tempo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eis-me de volta!

É que, até onde sei, a dita "cultura" em São José nos últimos sete anos ficou meio que deixada de lado. Existem sim alguns espetáculos mais "elitistas", com atores famosos que incluíram a cidade em seu circuito estadual ou nacional.

Mas só fuçando mesmo, lá no meio do mundo underground, naquele em que não rola propaganda por praticamente não existir patrocínio, feito no boca a boca, é que se torna possível encontrar eventos muito bons para o povo em geral...