Sábado à noite, tomando um sorvete de limão pra rebater a ressaca de um dia maravilhoso de sol, mas com o trailer do Pelé no caminho, em Barequeçaba.
Local: a nova Avenida Altino Arantes, mais conhecida como Rua da Praia, em São Sebastião. Totalmente remodelada, iluminada, com áreas de lazer, calçamento, fiação embutida, arborização...Realmente muito bonita - prontinha pro Verão que vem chegando e pra trazer votos pra reeleição do atual prefeito.
Algumas coisas, no entanto, não mudam. Impossível andar naquela avenida, nos finais de semana, à noite, sem encontrar o Marinho. Mário Leite, figuraça, um dos poucos caiçaras que ainda restaram (dizem que somos menos de 15% da população atual), contemporâneo dos meus tempos de ginásio e colégio - ainda que uns dois anos mais velho.
Pra variar, perambulando sozinho. Pára com um, conversa com outro, faz o percurso inteiro duas ou três vezes e vai pra casa. Já é sua marca registrada. Antes, quando haviam barzinhos interessantes com música ao vivo, ele encarava uma balada pela madrugada. Mas, agora, os tempos são outros, a boemia meio que acabou. Já foi músico bissexto, tocou na noite de São Sebá e da Ilha, mas parou após algumas desilusões profissionais - que não vêm ao caso aqui.
Ao me ver, evidentemente parou prum entusiasmado papo, que acabou se estendendo por quase uma hora. Dizia ele que está faltando na cidade um "dono de bar" como eu. Que ali falta "know-how" pra coisa; que eu sou do ramo, ainda mais há tempo na noite de São Paulo. Que eu devia voltar e abrir um bar lá, que sou o sujeito ideal, e por aí foi.
O cara realmente conhece todas as mumunhas da cidade. Sabe porquê tal bar está vazio, porquê outro fechou, quem não paga aluguel, quem foi despejado, quem está com ação trabalhista, e por aí vai. Coisa de cidade pequena...
E foi, na sua insistência, tentando me apresentar opções. Se prontificou a procurar pontos disponíveis, a me ajudar no que fosse necessário, enfim. E, ao contrário do que possa parecer, não estava se oferecendo pra sócio, não. Senti sinceridade nas suas palavras: o que ele quer mesmo é alguém que faça a coisa acontecer, que agite o pedaço, que renove o astral noturno local.
Ao final, mandou a sugestão - ao seu ver - ideal: o que eu deveria abrir mesmo seria um bar com...VIDEOKÊ!...Segundo ele, faturamento garantido e sem despesas com músicos.
Eita!!
Nesse momento, achei melhor me despedir e ir pra casa dormir. Videokê não dá pra encarar, nem na aposentadoria.
Mas, um bar agradável, descolado e elegante, num futuro nem tão distante...quem sabe?
Marinho, meu velho, segura aí que falamos daqui a alguns anos!
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