08 novembro 2007

Terceiro mandato?

Queria saber o que está por trás desse buxixo todo em torno de um possível terceiro mandato pro Lula. O homem ainda está no primeiro ano do segundo governo, faltam três anos pra próxima eleição, e - volta-e-meia - sai uma nota aqui, uma crítica acolá, um desmentido, todos se posicionando contra. Ontem vi numa banca, inclusive, uma dessas grandes revistas semanais com o tema como matéria de capa.

E ele, naturalmente, dizendo que nem cogita nada parecido.

De onde vem essa onda? Pô, se a Constituição proíbe, se o Lula nunca disse nada nesse sentido, se não há nenhum movimento a favor, porque toda essa celeuma?

Estranho, não?

O que me parece, sinceramente, é que, diante da satisfação de vários setores da sociedade com o rumo das coisas - ainda que uma pequena parcela conteste - certos grupos já temem algum tipo de manifestação popular em prol do continuísmo no estilo Chavéz, e começam a reagir antecipadamente, na linha "a melhor defesa é o ataque".

Vejo uma contradição aí, no entanto. Ora, se são os mesmos grupos que se dizem descontentes, se têm tanta convicção de que a coisa está ruim e só tende a piorar, porquê esse pavor então? Não seria tranqüilo deixar o homem se afundar sozinho?

Quem tem, tem medo. Se essa turma - que de boba não tem nada - acredita que haverá mobilização em prol do terceiro mandato, é porque já sentiu que a aprovação é mais do que clara.

Pra piorar, passam-se os anos e não surgem candidatos naturais. Ciro? Alckmin? Aécio? Heloísa Helena? Tsc, tsc...Nenhum parece empolgar a massa. Mesmo aquele que dizem ser o nome mais forte, no caso o Serra, enfrenta resistências de todo o tipo, em especial quanto à sua famosa arrogância - ou prepotência.

E aí, a economia indo bem, os indicadores sociais idem, a política externa caminhando a contento, PAC, Copa do Mundo, etc. etc., como ficará quando mais resultados positivos surgirem nos próximos três anos? Sai o Lula e tudo volta à lesma-lerda de antes? Será que o povão quer isso, novos tempos FHC?

Sem falar no carisma lulista, algo simplesmente espetacular e inegável, que resiste a todos os tipos de ataque, mesmo aqueles mais cruéis e canalhas (aliás, tá demorando muito pra vir o próximo...).

É esse o temor: que a popularidade atinja níveis irresistíveis e que a tese do continuísmo se fortaleça, a ponto de esquentar um debate nacional. E aí, o que fazer?

Vamos acompanhar.

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