20 abril 2008

Se cuida, tricolor...

Tava deixando pra escrever depois do jogo, mas mudei de idéia. Em qualquer das duas hipóteses, vitória ou empate/derrota (dará no mesmo), a emoção resultante comprometerá a racionalidade do conteúdo.

O jogo de hoje contra o São Paulo é, para nós palmeirenses, épico. Apenas comparável à decisão de 1993 contra o Corinthians, quando amargávamos um jejum de 17 anos sem títulos. Desta vez estamos na fila de títulos estaduais desde 1996, apenas cinco anos a menos.

Lembro-me bem daquele 1993. Assim como hoje, uma empresa (Parmalat, hoje é a Traffic) investia no clube. Montou-se um esquadrão, o técnico era o mesmo e o time era favorito disparado.

Chegamos à final contra o alvinegro e, da mesma forma que domingo passado, o time estava desconcentrado e se achando vencedor por antecipação.

Para surpresa geral, no entanto, Viola fez o gol da vitória adversária e (seu grande erro, ver-se-ia depois) comemorou imitando um porco.

Nosso castelo ruiu. O pânico de ficar mais um ano na fila, ainda mais por causa do Corinthians, nos deixou arrasados.

Assim como aconteceu domingo passado.

Mas, as coincidências não param aí. Da mesma forma, a imprensa e o público em geral reverteram o favoritismo. E, da mesma forma, o técnico Luxemburgo recolheu o time em copas: nada de entrevistas, nada de declarações comprometedoras.

Quando começou o jogo, naquele sábado frio de 12 de junho, eu estava assistindo em casa somente com um outro palmeirense fanático, meu grande amigo de outrora Jefferson. Copos de cerveja e caipirinha nas mãos, tensão absoluta.

Não sei explicar porquê, mas tinha algo diferente no ar. A primeira surpresa: o time entrou de meias brancas. Parece bobagem, mas as meias brancas dão a impressão de que o grupo cresce em campo.

Quando a bola começou a rolar, a postura dos nossos jogadores já demonstrava que, naquela tarde, tudo seria diferente. E não deu outra: a turma verde correndo que nem loucos em campo, parecia que todos haviam tomado litros de um estimulante fortíssimo, que os deixava a mil por hora. O Corinthians se assustou com aquele ímpeto, se perdeu em campo e o resultado não poderia ser outro: Palmeiras 3 x0 no tempo normal, 1x0 na prorrogação - e o título!

Claro que a história não tem a obrigação de se repetir, até porque, dizem, raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Mas, e se cair?

Não tenham dúvidas de que o gol de mão do Adriano, suas declarações irônicas e a cara de gozação dos jogadores são-paulinos durante as entrevistas desta semana mexeram com os brios de Valdívia, Marcos, Alex Mineiro, Denilson, enfim, de todo o elenco palmeirense e sua comissão técnica. Da torcida, nem se se fala.

Motivação: eis a palavra-chave para se conseguir tudo na vida.

A vida dos bambis não vai ser fácil nesta tarde de 20 de abril de 2008. Ah, não vai mesmo.

Forza, Palestra!!!!!

Um comentário:

Fábio Almeida disse...

Bela recordação de 93, belo texto!
e o raio caiu mesmo!

Abraço, Zé!

Tô devendo uma visita lá no Villagio!