Mas, não deu.
Dorival foi um compositor de poucas canções. Se não me engano, umas 100 - praticamente uma para cada ano de vida. Pode até parecer muito, mas, hoje em dia, qualquer autorzinho meia-boca já tem 200, 300...até 500 músicas compostas. Que, juntas, não valem a unha do pé de uma Marina, Maracangalha ou Você Já foi à Bahia, só pra citar três das mais conhecidas.
Nem Tom Jobim conseguiu traduzir musicalmente o Brasil de maneira tão perfeita. Não só as peculiaridades da Bahia e de seu povo, mas - bem mais do que isso - o jeito brasileiro de ser. Um dengo, uma doçura que só existem por aqui, e que ele (assim como Jorge Amado na literatura) soube repercutir para muito além do Recôncavo.
Outro gênio, Aldir Blanc, certa feita tentou definir seu estilo de compor sambas e não conseguiu: samba-canção? samba-de-roda? samba praieiro? Optou então por "samba-caymmi", assunto encerrado. E, afinal, quem não gosta de samba, bom sujeito não é.
Não sou crítico musical e entendo muito pouco de composição. Mas nem precisaria ter estudado para perceber que a música de Dorival Caymmi extrapola tudo o que já se tentou explicar a seu respeito.
Caymmi talvez não tenha criado o Brasil, mas certamente deu-lhe formas, cores e requebrado.
Foi - e sempre será - o maior de todos. Um deus.
Tive a felicidade de conviver profissionalmente, um pouquinho, com seus filhos - num disco que produzi e num show dos três, como já descrevi aqui. Sou um privilegiado por ter desfrutado, ainda que minimamente, do "universo caymminiano" - e só isso já bastaria pra me considerar um sujeito com a missão cumprida na música.
Meu sonho é que meu filho também se encante com suas canções, e pra ele dedico este post, repetindo a foto já publicada aqui - ele ao lado de Nana, Danilo e Dori em São Sebastião, no ano de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário