Definitivamente, a dúvida é cruel.
Há alguns dias completei 45 anos e, juro, não sei dizer o que isso significa exatamente. Passei a ser um senhor de 45, como eram tachados os homens dessa idade quando eu era menino? Ou ainda sou um jovem de 45, como se insiste em dizer atualmente? Sim, porque hoje é praticamente consenso que o esporte, a medicina e a tecnologia deixaram as pessoas com aparência renovada, em relação ao que era há algumas décadas.
OK, isso é relativo, dirão. Depende da idade de quem o enxerga, claro.
Mas, afinal, um homem de 45 é jovem ou velho?
Complicado esse negócio. Em alguns momentos sinto-me um coroa, já ranzinza pra lidar com aquilo que não me agrada. Paciência curta, irritação fácil. Preguiça, tédio, melancolia. Nostalgia, insistência em acreditar que o passado era melhor que o presente. Coisas de velho.
Por outro lado, atitudes juvenis - ou até infantis - volta e meia se repetem, e sinto-me como era há vinte anos. O raciocínio continua rápido, a vontade de continuar criando coisas novas, modificar aquilo que vale a pena. Mudar o planeta, salvar a humanidade. Idealismos. Coisas de jovem.
Na verdade, eu gostaria - mesmo - de acreditar que sou um jovem de 45. Um "garoto", como alguns dizem.
OK, então sou um garoto.
Mas, ontem, uma moça muito bonita, no Villaggio, se dirigiu a mim como "senhor"... Com jeitinho, especulei sua idade: 28.
Raios, sou "garoto" ou "senhor"?
Alguém poderia me ajudar nessa questão?
23 setembro 2008
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2 comentários:
Se no mundo masculino há a dúvida, imagine para nós mulheres que vivemos numa sociedade que cultua a beleza e a juventude...
No mundo feminino esse é o momento do "desabrochar" é uma fase repleta de significados e verdadeira, sem disfarces, mas que pode se transformar em angústia e certeza de que o tempo realmente passa e passa rápido...
Não podemos esquecer que vivemos a melhor fase e a mais rica de nossa existência... É o momento de nos reinventarmos, de dar novos significados à nossa vida.
Perdemos a beleza da juventude, mas ganhamos mais chances na vida, como o reconhecimento profissional e pessoal, o reconhecimento de gratidão daqueles que dividem suas vidas conosco, somos mais plenos, conscientes e muitas vezes personagens de uma felicidade nunca experimentada antes... e, principalmente, abençoados pela"maturidade". Há menos ansiedade nas buscas, muita tranqüilidade, equilíbrio e sabedoria...Quando você consegue perceber que transcende a "beleza" e o "tempo" e que somos simplesmente "divinos" pelo fato de "existir" tudo se resume em "causalidade" e passa a ser perfeitamente natural.E o tempo? Não importa. Deixa de existir ou, pelo menos, passa despercebido ...ou não???
Cris
Belo comentário, Cris.
Obrigado.
Mas...continuo na dúvida.
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