22 fevereiro 2006

Fim de feira

Quase oito da noite, ao fundo o som de mais uma banda de frevo (são dezenas se esbarrando pelas ruas) e está acabando a convenção. Várias palestras interessantes (hoje Lenine participou de uma), a maior parte delas abrangendo essa transição entre o CD e a música pela internet. Por tudo que vi e ouvi, coisa ainda está bem confusa, ninguém aposta suas fichas em nada. O CD vai acabar, OK, mas...quando? A garotada só consome música pelos computadores e celulares, mas, e os "coroas"? Quando o povão vai ter banda larga em larga escala? São muitas perguntas, muitas sem resposta ainda. E muito chute.

Enfim, gostei das conferências, entre elas a do presidente do site Calabash, Brad Powell (www.calabashmusic.com) uma "loja" virtual que trabalha com o mercado independente, da Mônica Carnieto do Sesc SP, e de um francês do Mondomix (www.mondomix.com), cujo nome não me lembro agora, que lembrou que a divulgação da música ainda vai depender por muito tempo da mídia tradicional, ou seja, devagar com o andor. Algumas exposições eu já tinha visto na feira de Brasília no ano passado, como a do pessoal da Rádio Cultura de Belém do Pará, que conseguiu explodir a cena independente local através de um trabalho sério, colocando a rádio, que é publica, em franca competição com as grandes redes tipo Jovem Pan e Band e revelando vários novos artistas da região, que hoje são ídolos locais.

Shows? Um monte: Lula Queiroga, Virgínia Rodrigues, Bonsucesso Samba Club, Naná Vasconcelos, blocos e mais blocos, além de muitos artistas locais e estrangeiros dos quais nunca ouvi falar. E para o Carnaval a agenda é imensa, deve haver uns 10 palcos espalhados pela cidade, quase tudo aqui no centro.

Enfim, uma bela arejada nas idéias e atualização de conhecimentos. Amanhã pego o caminho da roça. Na volta, postarei algumas fotos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Zé, podedmos colocar esse post lá na M-Música? A que feira você se refere? pode falar um pouco mais?
Beijim,
Nana.

Zé Luiz Soares disse...

Claro que pode, Nana!

Eu me refiro ao Porto Musical, convenção internacional de música e tecnologia, que aconteceu em Recife, de 19 a 22 de fevereiro. A Lua Music estava com stand lá, e no site www.portomusical.com.br tem todas as informações a respeito. Estas "feiras" a cada ano se multiplicam: o Mercado Cultural de Salvador já está na sexta edição, a de Fortaleza também ocorre há vários anos, a de Brasília este ano estará em sua segunda edição, e por aí vai. A meu ver, a proliferação dessas convenções decorre da globalização da música em vários níveis, em grande parte proporcionada pela revolução digital. Aliás, em Recife, mesmo estando dividida em 3 blocos (digital, música estrangeira no Brasil e exportação de música brasileira), as palestras sobre tecnologia foram as mais lotadas. O fim do CD, conforme pudemos constatar, está mais próximo do que se imagina, e todo mundo quer saber pra onde ir. Nesse sentido, as palestras dos gringos que estão na vanguarda desse processo sem dúvida arejam nossas idéias e nos provocam a buscar saídas, pra já. É isso, beijos.