26 setembro 2006

E o dinheiro?

Só quem quer colocar "fogo no palheiro" como disse o FHC, pra achar que os tais R$ 1,7 milhões encontrados com os "petistas" são uma grande novidade, algo do outro mundo, e que será fácil descobrir sua origem.

Gente, qualquer igreja evangélica tem muito mais que isso em seu cofre (lembram-se daquele deputado evangélico do PFL embarcando com mais de R$ 10 milhões num jato particular?).

Já ouvi histórias do arco da velha de partidos políticos e prefeituras (não, não do PT...) com muito mais do que isso em maços guardados em gavetas, amarrados com elástico, obviamente oriundos de caixas 2 e superfaturamento, reservados para fazer "política não-oficial". Hoje mesmo li numa capa de revista a filha do Ciro Gomes declarar algo como "Caixa 2? Sempre ouvi falar disso, isso sempre existiu."

É a pura verdade: dinheiro vivo, sem registro, sempre existiu, e sempre vai existir. E, fique claro, não necessariamente ligado à contravenção ou ao crime. Muitas grandes empresas têm seu caixa 2, dinheiro vivo guardadinho para eventualidades; muitos grandes empresários que hoje posam de paladinos da moralidade têm milhares (ou mesmo milhões) de dólares guardados em casa.

Portanto, esse papo de que a origem do dinheiro vai explicar o "Caso Dossiê", é mero papo-furado, "muita manchete pra pouca notícia", como se diz. O que se quer é tirar pontos do Lula, o resto é pura encenação.

Ou alguém acha que Tasso Jereissati (dono de shopping em Fortaleza), Bornhausen, ACM (o imperador da Bahia), FHC, enfim, todos esses "santos", sempre tiveram sua contabilidade - e a de seus negócios - acima de qualquer suspeita?

Vambora, gente. O povo é sábio, não cai nessa. E vai reeleger o barbudo no primeiro turno, não tenho dúvida.

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