Emocionante: alguns meses após sua chegada, finalmente minha jabuticabeira dá seus primeiros filhotes.

Não sei porquê, mas sinto isso como um sinal de novos - e bons tempos - que vêm por aí.
Como já disse o meu amigo Ricardo Tacioli certa ocasião, "a hora agora é de chacoalhar o coração estendido no varal, e encarar novas temporadas."
Um comentário:
Trecho final de uma crônica de hj da Nina Horta, na FSP:
As jabuticabas da memória
"(...). Uma fruta preta (só jabuticaba mesmo, no mundo), que começa na raiz, uma fome de nascer, já cresce no galho, grudada, cor de luto, mas brilhante de vida, talvez guarde as tristezazinhas de menina, quiçá os grandes pecados, mas sua carapinha transforma tudo numa alegria negra, doce, funda.
Na tal chácara, podíamos chupar e chupar as frutas no pé, no começo atabalhoadamente, depois com mais discernimento, escolhendo com cuidado as mais gorduchas, ploct, tloc, tloc, nunca uma vespa...
Chegava uma hora que cansava. Fartava, mas, milagre dos milagres, a digestão de jabuticaba se faz em 15 minutos e era começar tudo de novo, um prazer renovado, sentir a polpa branca e macia, o caroço cuspido, mas não era bem isso, e sim a sensação de fartura, de bem-bom.
Jabuticaba é para comer de balaio, balaio forrado e coberto de folhas, as frutas sem lavar senão azedam, viajam mal as benditas, e vai-se indo devagar, numa distração, uma por uma na sua pretice, até que restem no fundo somente as pequenas, que depois de um certo tempo e séria consideração são comidas também. (...)"
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