27 novembro 2006

Vergonha verde

Foi difícil de acreditar. Precisando escapar do rebaixamento, jogando em casa e com o time adversário cheio de reservas, perder já era inaceitável. Tomar de quatro, então, inimaginável.

Pois foi exatamente o que aconteceu: Palmeiras 1, Internacional 4. Em pleno Parque Antártica. Por sorte, a Ponte Preta também perdeu, e escapamos da degola. Ano que vem, estamos prontos pra sofrer novamente na Primeira Divisão.

Pra um palmeirense de coração como eu, ver um time com tamanha tradição ir - ano a ano - para o fundo do poço, é muito triste.

Derrotas fazem parte da vida, não é exatamente esse o problema. A grande tragédia é ver um clube com tantos torcedores permanecer completamente atrasado no seu departamento de futebol, em relação aos novos tempos. Tudo, absolutamente tudo, está sendo profissionalizado. Até a padaria da esquina trabalha com sistemas, informatização, treinamento, análises de custos, projeção de resultados. Menos alguns grandes times de futebol. Entre eles, o meu.

Com a Lei Pelé e a possibilidade de se ganhar muito (mas muito, mesmo) dinheiro com transferência de jogadores, nos times mais tradicionais, clãs e conselheiros seculares que os dominam viram a oportunidade de - sugando o clube - encher os seus bolsos, sempre muito profundos.

Ou seja, ao invés de se profissionalizar o futebol, e reverter esses ganhos para a própria agremiação, "cartolas" gananciosos usam-na em benefício próprio.

Com times montados dessa forma, através de critérios pessoais e escusos, e não de um planejamento empresarial, sério e a médio/longo prazo, o caos é apenas uma questão de tempo.

No caso do Palmeiras, o resultado está aí: quase rebaixado. Seria pela segunda vez, em menos de cinco anos.

E, a cada nova eleição de diretoria, a disputa pelo "bolo" aumenta. A boca é muito boa, e gente - de peso - trama - pesado - para não perdê-la.

Por tudo isso, o torcedor comum, como eu, desanima. Sinceramente, estou pensando em nunca mais torcer.

Quer dizer, até a próxima vitória, né?...(vamos lá, Verdão!!)

Pois é...

Paixão futebolística não tem cura, mesmo.

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