Nomenclaturas à parte, o fato é que hoje fomos à caça. Eu, Lorenzo e minha fantástica tia Zilda. Os equipamentos? Apenas um balde, roubado da lavanderia daqui de casa.
Na interminável praia das Palmeiras - que começa em São Sebastião e termina em Caraguá, mudando de nome algumas vezes -, pelo histórico, a gente sabia que havia boa possibilidade de sucesso. Pelo menos um meio-balde já daria, perfeito pra acompanhar a cervejinha da sexta.
O que se sucedeu, no entanto, é digno de história de pescador. Pra minha sorte, a lente estava à mão, e de mentiroso ninguém vai me chamar.
Meus amigos, os simpáticos moluscos simplesmente brotavam do chão.


Em meia hora, o balde já estava cheio; desesperado para não perder a oportunidade, corri no quiosque em frente e pedi umas garrafas “pet”, que rapidamente enchemos. E enchemos sacos de mercado, sacola da tia, baldinho do Lorenzo, tudo o que foi possível.

Bom, trabalheira mesmo veio depois. Lavar tudo aquilo, esfregar pra tirar a areia, enxaguar não sei quantas vezes. E, depois, ferver (no fogão a lenha - ufa, economizei o gás da mãe) bem fervido.
Conchas abertas, o trampo maior: descascar tudo. Foi preciso quatro pessoas e, calculo, 30 latinhas de cerveja - que ninguém é de ferro.

Noves fora, deglutidos alguns pra acompanhar, o “beneficiamento” gerou oito saquinhos, com cerca de meio-quilo cada. Uma beleza: purinhos, prontos pra rechear panquecas, fazer molho de macarrão (spaghetti ao vongoli: chique, não?), pastéis ou risotos.
Boa parte sai amanhã no vinagrete mesmo. O resto, sobe metade pra São Paulo, metade pra São José (se acalmou, mano?).
2 comentários:
...salivei durante o post inteiro. Não só pela iguaria, como também pela terapia que é mariscar. Esquece-se da vida, a única preocupação é achar os danados (e a alegria de achar um "ninho" chega a ser infantil) e dar alguns mergulhos para se refrescar durante a jornada, onde se curte a paisagem, conversa-se sobre tudo com quem está junto, aproveita-se para alguns momentos de reflexão, fica-se estudando se o tempo e a maré vão virar, tudo ali, agachadinho na água, sem nem sentir a hora passar...
Meu, pescar nunca foi a nossa praia, mas mariscar, passar um picaré e catar siri sempre foi um grande prazer, não, mano? (...lembra-se daqueles berbigões que encontramos despretensiosamente numa praia em Paraty em 1984 e que preparamos com macarrão depois de uns quatro dias de miojo e pão-com-queijo naquele camping? Puta banquete!)
Venha logo!
Vou te matar como de fosse uma barata. Outro dia achei uma miniatura de um texto (meu) no meu computador. Tire a saia da sua mãe para ver o que ela fará com você.
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