19 dezembro 2006

De urubus e pitangueiras

Este vai pro meu mano.

Paulinho, lembra daqueles dias de sol de rachar, mais ou menos como descrevi no “post” anterior sobre sol, calor, etc.?

Pois é, o Universo continua conspirando a favor. Desde sábado que aqui, em São Sebastião, faz um sol "daqueles". Igualzinho àqueles dias da nossa infância - e adolescência.

Claro que a ciência atual explica. Deve ser uma “massa de ar quente estacionada sobre o Sudeste”. Ou uma “área de baixa pressão”. Ou, muito provavelmente, uma conseqüência do El Niño. Ou do La Niña. Ou do raio que os partam.

Que me importa? Tá igualzinho, cara! Nem uma brisinha pra pra remediar. Ar abafado, uma beleza...O mar, paradinho, que nem quando a gente saía pra trabalhar, de manhã, e dava vontade de voltar pra casa, vestir a sunga e dar um mergulho.

Ontem fui pra Pitangueiras, fim-de-tarde. Sem palavras: simplesmente uma piscina; calor, claro; o isopor, cheio de redondas (e suco pro Lorenzo).

Pitangueiras parece aquele praia do Fantasma: Keela-Wee...Era esse o nome? Sei lá, só sei que parece aquele praia do gibi.
Hoje, daqui do quintal, naquela mesa que você conhece bem, tava ouvindo Moacyr Luz e tomando caipirinha de Seleta. O céu? Azulzinho...de doer a vista. De repente, os vi: planando, eles, os urubus. Sob o sol causticante...lá longe. Por um instante, voltei aos meu 15 anos. Ou 12.

Rapidamente, já estava de volta aos 43, cheio das modernidades: corri pro quarto, saquei a Nikon, mas os carniceiros já tinham sumido de vista.

Fica aqui a foto - do nosso céu.Beijos do mano.

2 comentários:

Anônimo disse...

(suspiro)... Pitangueiras é indescritível, mano... chega a ser opulenta, com toda a exuberância da natureza que apresenta. Aquele espelho de mar, ali, com a luxuosa incumbência de refletir a Ilha de S. Sebastião, as pedras da Praia do Cabelo Gordo, esse céu límpido, maravilhoso, e os morros que nele se findam. Traz o passado de volta, sim, num tempo em que tínhamos tudo isso assim, tão oferecido, ao nosso alcance. Acontece que os meninos cresceram, e a responsabilidade de crescer os afastou dess

Anônimo disse...

(suspiro)...
Pitangueiras é indescritível, mano... chega a ser opulenta, com toda a exuberância da natureza que apresenta. Aquele espelho de mar, ali, com a luxuosa incumbência de refletir a Ilha de S. Sebastião, as pedras da Praia do Cabelo Gordo, esse céu límpido, maravilhoso, e os morros que nele se findam. Traz o passado de volta, sim, num tempo em que tínhamos tudo isso assim, tão oferecido, ao nosso alcance. Acontece que os meninos cresceram, e a responsabilidade de crescer os afastou desse cenário. Mas não tem nada, não, basta colocar os pés novamente nessa areia, deixar essa maresia invadir os pulmões, e o menino caiçara baixa rapidinho, com todas as lembranças e sensações que não o deixam jamais esquecer essas raízes.

Esse post me trouxe à mente uma música do Fagner, naquela fase dele que curtimos bastante, mais ou menos nessa época de seus 15 anos que vc comentou:

"Eu sei que existe por aí
Uma andorinha solta
Procurando um verão que se perdeu no tempo
Cansou de ser herói do espaço
E quer a companhia de outros pássaros
É que o seu coração de ave
Não agüenta tanta solidão

Eu sei que eu ando por aí
Sou andorinha solta
E nem sei a estação em que estou vivendo
Não quero ser herói de nada
Só quero a companhia de outros braços
É que o meu coração de homem
Voa alto como um pássaro"



Outro bj, mano. Toma uma por mim.