Claro que não sou o único, mas já tô de saco cheio dessa chuvarada. Sei da importância do aguaceiro prum monte de coisas, mas nestas últimas semanas São Pedro exagerou.
Apesar de suar em bicas, sou fanático por sol. Mas sol mesmo, daqueles de lascar; de fazer lagarto sair da toca pra tomar um ar (já vi isso em Corumbá, MS - o lugar mais quente que já conheci - em 1984).
Ronaldo Bastos escreveu, em "Trem Azul": Você pega o trem azul, o sol na cabeça. É isso. Miolos fritando, sombra de coqueiro, água de côco. Bom demais.
Sou tão maluco por sol que, quando assisto a documentários sobre a seca no Nordeste, sinto vontade de morar por lá. É verdade...! Quando perambulei com Elomar pelo sertão da Bahia - polígono da seca - fiquei fascinado por aquele clima. Devo ser xarope, mesmo; lá, literalmente, o sol é de rachar. Mas eu gosto. Nas viagens às capitais lá de cima, onde o sol não se esconde nunca, sinto um cheiro de infância.
Na minha época de moleque, o clima era diferente. Lembro-me de meses inteiros de sol, céu azul de doer, urubuzada lá longe, planando. E daí? Ora, com aquele calor, praia - muita praia, lógico! E limonada gelada da mãe. E sorvete de groselha. E pés queimando no asfalto.
Depois, na juventude, limonada trocada por cerveja - estupidamente gelada -, ou por caipirinha - com muito, muito gelo. No final de 1981, quase verão, passei uma manhã na quentíssima Ribeirão Preto. Onde? No Pingüim, lógico. Calorzaço, um inferno; mas o chope, inesquecível. Se tivesse frio, nem me lembraria.
Hoje em dia, toda hora vem uma tal de "frente fria do Sul do país", ou "massa de ar polar", ou "áreas de instabilidade". Pra acinzentar (existe este verbo?...)tudo.
Quando não é o tal do El Niño; ou La Niña; ou o raio que os partam.
E tome frio, e tome chuva.
Como disse o Milton, em "Solar":
Venho do sol, a vida inteira no sol
Sou filho da terra do sol
Hoje escuro, o meu futuro é luz e calor
De um novo mundo eu sou
E um mundo novo será mais claro
Mas é no velho que procuro o jeito mais sábio de usar
A força que o sol me dá
Um dia, ainda me mudo pra Olinda - e resolvo isso de vez.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário