Pra Marte. E pro espaço.

Ouço pela quarta ou quinta vez, inteirinho, o novo CD do meu amigo Mauricio Pereira, "Pra Marte". Depois de longos anos, finalmente um disco autoral, só com inéditas. Quando relançamos seus primeiros trabalhos na Lua, acho que em 2001, e depois o de covers em 2004, lembro-me que insisti pra que ele iniciasse um projeto de inéditas, sem resultado. Não era o momento, me dizia.

Pois agora saiu. Com patrocínio da Petrobras e distribuição pela mesma Lua, ele teve a tranqüilidade pra fazer o que bem entendeu. E o fez bem, pra variar. "Pra Marte" é um grande disco, comparável à obra prima "Mergulhar na Surpresa". O dois são econômicos, elegantes, certeiros. Se preferirem, minimalistas. Ainda que este último tenha guitarras e programações eletrônicas, o clima também é cool, levemente soturno, paulistano da gema. Letras inspiradas, como sempre; músicos chiques; arranjos mais ainda. E ele, claro, cantando muito bem, crooner que é. Tudo perfeito.

Pena que o ambiente musical hoje seja tão desfavorável. Dificilmente "Pra Marte" vai tocar em alguma rádio. TV, nem se fala. Poucos vão conhecer, e o disco será difícil de ser encontrado. Desanimador, mas é isso.

Pereira com certeza vai à luta pra mostrar o novo filho: shows em Sescs, pequenos lugares, venda de mão em mão, divulgação por e-mail. A guerrilha de sempre.

Quem puder, compre e saboreie. Não vai se arrepender.

Se não, pode dar uma espiadinha no site dele e ouvir umas três. Vai lá: http://www.mauriciopereira.com.br/

BACIADA

E, falando em CDs, a coisa tá atingindo níveis inacreditáveis. Ontem, numa banca de livros usados aqui da Teodoro, duas caixas de papelão continham dezenas de DVDs piratas, cada um com discografias completas em MP3 de tudo que é artista. Em média, 180 músicas em cada exemplar, a R$ 10,00.

Tá tudo lá: trilhas de novelas, Roberto Carlos, Lulu Santos, Rita Lee, Chico, Caetano, Queen, Beatles, jazz, pagode, axé. Tudo original.

Com cinqüentão dá pra levar pra casa perto de 1.000 músicas, é mole?

Vai CD aí, Dona Maria...?