07 janeiro 2008

Siri recheado e o cacete

É o seguinte: parece bobagem, mas pra mim é um dos maiores prazeres do mundo. Catar siris.

Não sei explicar porque, mas desde criança, quando pescava com meus tios, sou fascinado por esses bichos. Ariscos, rápidos, agressivos, belos - e saborosos.
Ao contrário do que possa parecer, exigem uma boa prática para serem capturados, pois, ao menor sinal de aproximação humana, disparam em velocidade.
O segredo é espalhar meia dúzia de iscas, amarradas em bóias e com um peso - uma pedra - para levar a carne (ou peixe, ou frango) ao fundo, próximo da areia onde se escondem.
Depois de alguns minutos, deve-se "visitar" cada isca, pé-ante-pé, levantá-las com o maior cuidado e, visualizando o siri pendurado, comendo, num piscar de olhos passar o puçá (alguns chamam de jereré) por debaixo. Pronto, tá pêgo.
Aos poucos, um-a-um, vão se acumulando na rede e depois pro balde.
Lorenzo confirmou o DNA caiçara, e mesmo sendo medroso prum monte de coisas bestas, neste caso não amarelou, não. Ali, ao meu lado, pertinho dos bichos, acompanhou atento a caçada e até arriscou passar o puçá (sem sucesso).
Adorou, nem preciso falar. Aliás, essa é uma daquelas lembranças que um filho jamais esquece...
À noite, tudo pra panela e pra barriga.
Inesquecível.

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