03 novembro 2008

Tortura na Imigrantes

Não pretendia voltar ao assunto "trânsito" em tão pouco tempo, mas não resisto.

Lembrei-me de um comentário de uma amiga (alô, Lili!), sobre estudos que prevêem para daqui a poucas décadas (ou seriam anos?) o dia em que tudo simplesmente vai parar. Os carros não conseguirão mais andar, nem pra frente nem pra trás: as pessoas simplesmente vão abandoná-los na ruas (para sempre, ressalte-se) e tentar completar o percurso a pé. E as ruas da metrópole virarão um imenso pátio do Detran.

Sinistro não? Mas o fato é que alguns sinais desse tenebroso futuro já começam a aparecer. Vejamos:

Semana passada meu sócio - que é acostumadíssimo a sofrer no trânsito paulistano, raramente reclama - saiu de Pinheiros às 14:30h de uma quarta-feira normal (sem chuva, sem feriado, sem hora do rush) para fazer compras no Makro da Vila Maria. Uma hora depois, para minha surpresa, já estava de volta, dizendo que desistiu de ir, pois estava tudo completamente parado na altura do Pacaembu. Não teve dúvidas: deu meia volta e retornou. Deixou pro dia seguinte, acreditem!

Ontem, foi minha vez. Um trivial final de semana em Peruíbe, sem ser feriado e chuvoso, virou uma tortura no final. Na ida, levei as duas horas normais. Já na volta, dois acidentes - um na Manoel de Nóbrega e outro na Imigrantes perto de São Bernardo - dobraram esse tempo: saí de lá às 19h e cheguei em casa às 23h - exatamente quatro horas depois. Tudo parado, andando em primeira-segunda, doido pra fazer xixi, e só via aquele mar de automóveis na minha frente.

Cruel realidade: a fragilidade do sistema viário é tão grande que, ao primeiro contratempo, não existem soluções rápidas. Um motoboy que cai na Marginal gera quilômetros de congestionamento e horas de angústia para milhares de pessoas. Chuva, saída e retorno de feriado, passeatas... tudo é alerta para desistir e acabar ficando em casa.

E, a cada dia, cerca de 1.000 veículos novos são emplacados aqui na Capital. Uma verdadeira irresponsabilidade. O tal rodízio e a proibição de circulação de caminhões no centro estendido durante o dia já perderam seu efeito, já que o os automóveis rapidamente ocuparam os espaços livres.

Estamos a um passo do Juízo Final, tenho certeza.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu cheguei à conclusão de que o fim está próximo quando o trânsito caótico chegou a Santos. Antes, em 10 minutos de carro (em qualquer direção), cruzava-se a cidade. Agora, se eu entro no plantão às 19:00, um percurso que antes eu fazia tranqüilamente em menos de 10 minutos, eu demoro uns 20 pra mais! E isso que eu vou no "contra-fluxo", hein! Se eu morasse em SP, acho que já teria enlouquecido (mais).

Zé Luiz Soares disse...

É...parece que o problema não se limita mesmo a SP. E a lógica é simples: mais carros nas ruas, menos espaços para circular.

A situação se agrava a cada dia, sem solução à vista.

Anônimo disse...

É exatamente isso! Eu tentei fazer minha parte: comprei uma bicicleta. Mas fui assaltada menos de 1 ano depois... Outra coisa que chegou aqui pra ficar: violência.