Fiquei em São Sebastião de quinta à tarde até a manhã de ontem. Algumas nuvens esporádicas, uma pancada de água aqui e ali, mas o resto do tempo foi de céu limpo e muito, muito sol.
Com menos turistas na cidade, tudo fácil: a padaria na esquina, o mercado sempre com vagas; tias em casa o tempo todo ajudando a preparar - ou mesmo trazendo prontos - pratos saborosos. Churrasqueira e rede no esquema, ar-condicionado na suíte; jogo de buraco pra distrair, cervejinha à mão.
E aquela paisagem deslumbrante, da qual nunca cansei de falar - e mostrar - aqui neste blog. Falando sério: o Brasil é muito grande e cheio de pequenos paraísos, mas juro que, pra bater minha cidade, é difícil, pois a geografia de lá é muito peculiar, com a imensa Ilha de São Sebastião (Ilhabela) logo em frente, a poucos quilômetros, fazendo o canal parecer um grande lago de águas plácidas onde se reflete o verde da Mata Atlântica.
Bares e restaurantes se quintuplicaram, escolas boas são várias - até Fatec tem. São Paulo está à duas horas e meia e, bem pertinho (uns 30 km), estão as badaladas Maresias e Boiçucanga, pra quem procura animação. Sem falar da charmosa Ilhabela a menos de 15 minutos de balsa.
De manhã, você abre a janela e o sol invade, céu azulzinho... Hoje aqui na Capital...tudo nublado, prédios horrorosos à volta, carros e mais carros. Comida no quilo, estranhos na rua e trânsito voltando a ficar caótico. E tudo caro - muito caro. Claro que São Paulo tem seus prós, seu charme; cultura, arte, gastronomia, comércio, noite - e tudo aquilo que se busca numa grande metrópole. Mas, do alto dos meus 23 anos vivendo por aqui, posso afirmar que as coisas nunca estiveram tão difíceis e angustiantes. Isso aqui explodiu, tá inabitável: é gente, prédios e carros demais. É poluição e violência demais. São Paulo travou.
Aí lembrei-me de uma piada antiga da região, que talvez seja verídica, mas tem mais cara de lenda. O paulistano típico chegou num caiçara deitado na rede, que tinha acabado de comer seu peixe com farinha e disse: "Você não pode ficar nessa vida, tem que trabalhar, correr atrás da grana, ser mais ambicioso". "Pra quê?" respondeu o nativo. "Ora - rebateu o turista - pra ficar rico, comprar uma casa na praia e ficar descansando o resto da vida na rede, olhando pro mar!"
Pois é... já deu pra perceber que estou arrumando minhas malas de volta pra casa, né?
Um comentário:
*maior apoio... da paulistana que vive fora da capital há exatos vinte anos e, agora, também está no litoral (coincidência?!?) bjs.
Postar um comentário