08 agosto 2009

Bares e a lei anti-fumo: sem chance de pegar

Vou ter a coragem de arriscar um palpite aqui: nos bares, essa lei - muito pouco, ou nada, debatida entre os principais envolvidos - não vai pegar.

Tá, eu sei que a vigência e a fiscalização não têm nem dois dias. Mas, do que pude observar "en passant", vai ser tecnicamente impossível fazer isso funcionar nos botecos.

Vejam:

-na quinta, após a meia-noite, saíram do salão do Villaggio umas 10 pessoas para fumar no corredor externo, todas ao mesmo tempo. O local tem um toldo, o que também o torna proibido para a fumaceira, mas, segundo meu sócio, não houve como demover o povo - sob o risco de tumulto;
-ontem, sexta, a lanchonete aqui da esquina estava com sua calçada (que é coberta por toldo e se comunica com o o salão interno) lotada, devido ao calor. Mesmo com várias placas proibitivas, eu, ao passar em frente, vi pelo menos três pessoas fumando - e os garçons nem aí;
-não tive tempo de comprar as tais placas e ontem trabalhamos sem, mesmo. Mas ninguém questionou. Também, não havia fumantes evidentes na casa (e talvez por isso não tenha enchido);
-notícias colhidas na internet mostram grandes dificuldades dos estabelecimentos em administrar a questão, principalmente junto ao público jovem.

Minha opinião é que bares em especial têm uma grande diferença sobre os demais ambientes: são locais associados à boemia e frequentados, em sua grande maioria, por boêmios.

Esses "indivíduos" saem para os botecos (e não vão deixar de fazê-lo, no médio prazo) em busca de um prazer específico, lúdico, recheado de aspectos emocionais, eróticos, nostálgicos.

Para viagens assim, o álcool é o combustível principal e, logo atrás, vem o fumo.

Bebida e cigarro são uma dobradinha que, ao longo dos séculos, se mostrou quase imbatível, ou, no mínimo, de muito respeito.

Ainda mais num país de comportamento liberal e lascivo como o Brasil.

Faltou essa "sacação" pra quem bolou mais essa prepotência.

Vamos ver no que dá.

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