Há alguns meses me vi diante de uma situação esdrúxula: recebi, num espaço de 20 dias, duas multas, uma do DSV (Prefeitura) e outra do Detran (Estado).
Datas diferentes, locais idem. Ao checar, a surpresa: não estive em nenhum dos pontos naqueles momentos, certeza absoluta.
Falando com quem entende, tudo indicava que meu veículo deveria ter sido "clonado". Ou seja, outro carro estaria rodando com os números da minha placa.
Uma grande dor de cabeça, segundo apurei pessoalmente e pela internet. A clonagem de automóveis está se tornando mais comum do que se pensa e, para solucionar isso, a via sacra pela burocracia prometia ser "daquelas". Fora custos, tempo perdido e encheções de saco em geral. O Detran abriria um processo de investigação e meu carro seria "bloqueado" por seis meses, não podendo ser vendido nesse período. Pior: se fosse roubado a seguradora não reembolsaria até que se encerrasse o bloqueio.
E mais: além dessas duas multas, teria que entrar com recursos a cada nova que surgisse, sem garantia de que conseguiria ganhá-los.
Bom, antes de entrar com o processo, tinha prazo para os recursos - naquela situação obrigatórios. Não tendo como provar que não estava nos locais das multas, minha esperança era que, pedindo cópias dos "autos de infração", ali houvesse alguma informação que indicasse um erro de preenchimento ou coisa parecida.
O medo era grande, pois, caso confirmado que era um veículo com as características e placa do meu, além de ter que pagar multas que não eram minhas, teria que aguardar o final das "investigações" e não poder fazer nada com o carro.
Como esperança é sempre a última que morre, enfrentei todos os tipos de fila e consegui as cópias da multas - ou melhor, dos autos.
Valeu a tentativa. Na do DSV o marronzinho tinha anotado o meu número de placa, mas a marca do veículo era outra. Na do Detran, além da marca ser igualmente diferente, o guarda tinha anotado um algarismo - um só - diferente em outro campo do talão.
Com isso - provas irrefutáveis - meus recursos ganhariam força. Juntei também um B.O., onde me defendia, e fotos do carro. Caprichei no texto, imprimi com letras grandes e mandei.
Não deu outra: os dois foram deferidos!!
E até agora não surgiram novas multas; ou seja, muito provavelmente terá sido uma grande coincidência (ou azar, se preferirem): duas multas em datas próximas terem sido aplicadas com erros de preenchimento.
Claro que posso ter dado sorte, ser um "meio clone" mesmo, alguém usando a placa falsa em mais de um veículo e ainda surgirem novas multas. Mas, pelo menos até aqui, a situação está resolvida. Por via das dúvidas, em todo estacionamento que pago peço o recibo com dados completos, pra provar onde estive - quando der.
A lição tirada foi que, mesmo descrente das Instituições em geral, sempre vale a pena brigar por aquilo que a gente entende como correto.
Por isso, fica o conselho: deixem a preguiça e o descrédito de lado - e recorram sempre.
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