07 outubro 2009

Qualidade. Devida

Ontem, lendo sobre mais um dia de caos em São Paulo devido à chuva recorde - aliás, essas quebras de recorde vem se repetindo com muita frequencia, não? - fiquei com vontade escrever algo relacionado a estes primeiros dias por aqui e àquilo que se convencionou chamar de "qualidade de vida".

Ultimamente, qualidade de vida pra mim tem sido:

- receber docinhos da vizinha de apartamento como gentileza de "boas vindas";
- a mesma vizinha se preocupar em lhe arrumar uma faxineira, de sua total confiança;
- fazer caminhadas num belíssimo parque a uma quadra de casa;
- levar a mãe para fazer uma tomografia, sem agendar, e sair com o resultado em menos de uma hora;
- ir medir a pressão numa clínica particular, esquecer os documentos e ainda assim ser atendido na hora, somente na confiança;
- ir ao cardiologista e ganhar amostras grátis de remédio (caro) para os próximos três meses;
- comprar carne de primeira por quase metade do preço, num limpíssimo açougue de bairro;
- fazer lista de tarefas para quando for ao centrão e resolver tudo em duas ou três ruas, a pé;
- chegar a qualquer ponto da cidade, de carro, em menos de dez minutos;
- descer para São Sebastião num dia e voltar no outro, cansando muito menos do que ir de Pinheiros ao Tatuapé;
- ir ao cinema com o filho (no shopping), achar dezenas de vagas pra estacionar e não ter fila pra comprar ingresso faltando cinco minutos pra começar;
- ir a prefeitura local, ser atendido na hora - e muito bem - num espaço exclusivo chamado "Sala do Empreendedor" e saber que qualquer alvará pode ser emitido on-line em poucos dias. De quebra, ganhar um cartão pessoal do responsável - para tirar dúvidas quando quiser;
- procurar um ponto pra alugar, falar diretamente com proprietários e não ter burocracias desmotivantes para fechar negócio (ainda não fechei nada, calma...);
- ter aquela luminária de estimação, quebrada há anos, consertada em poucos dias - a domícilio - pelo eletricista do prédio e ainda pagar uma merreca;
- quebrar o controle remoto da garagem e o zelador, gentilmente, fazer o reparo;
- pedir para deixar o carro num estacionamento particular, só por alguns minutos sem pagar, e conseguir sem dificuldades;
- sair do centro e, 15 minutos depois, estar tranquilamente em estradinhas vicinais dentro do espetacular Circuito Mantiqueira, rumo à bucólica São Francisco Xavier;
- estando lá, 60 km distante, calcular os minutos e chegar a tempo de ver na TV meu Palmeiras derrotar o Santos.

Por fim, não ficar em pânico quando o céu de repente se enche de nuvens negras.

Posso dizer que a mudança está sendo pra lá de radical, se me entendem.

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